Entrevista com Evill Rebouças
Diário de Trabalho - Portal SP Escola de Teatro
Diário de Trabalho de Leonardo Mussi - Portal SP Escola de Teatro
Integrante do elenco de “OhAmlet – do Estado de Homens e de Bicho”, Leonardo Mussi, aprendiz de Direção da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, escreveu um artigo sobre o processo de criação do espetáculo que está em cartaz no Sesc Consolação até dia 29 de julho.
Confira o texto em Diário de Trabalho.
Mais sobre o espetáculo aqui.
27/07/2011
Diário de Trabalho de Leonardo Mussi
Integrante do elenco de “OhAmlet – do Estado de Homens e de Bicho”, Leonardo Mussi, aprendiz de Direção da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, escreveu um artigo sobre o processo de criação do espetáculo que está em cartaz no Sesc Consolação até dia 29 de julho.
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SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco
27/07/2011
27/07/2011
Um Hamlet Moderno - Portal SP Escola de Teatro
Um Hamlet Moderno - Portal SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco
07/07/2011
Um Hamlet Moderno
As festas na Casa da Dinda, na era Collor, e os governos anteriores, alçados ao poder mediante fatalidades e impedimentos, são as fontes de inspiração para as cenas de “OhAmlet – do Estado de Homens e de Bicho”, espetáculo que estreia hoje (07/07), no Espaço Beta do Sesc Consolação.
Baseado em “Hamlet”, de Shakespeare e na fábula “Amlet”, de Saxo Grammaticus, historiador medieval dinamarquês, o espetáculo, com dramaturgia e encenação assinadas por Evill Rebouças, tem dois aprendizes de Direção da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco na equipe técnica do espetáculo Luciana Ramin (criação de vídeos) e Leonardo Mussi (no elenco).
“Este trabalho é muito especial para mim, pois as cenas da peça foram criadas sobre as proposições dos atores. O diretor trazia textos como provocações e, assim, muitas criações surgiram e vieram de todos os lados”, revela Mussi. “Criamos atores-encenadores e isso tem muito a ver com meu trabalho como ator e diretor”, conclui.
“Estudar direção na SP Escola de Teatro me fez entender o ‘olhar do todo’. O período de ensaio e o meu ingresso na Escola foram concomitantes, assim, as experimentações feitas em sala de aula contribuíram muito para meu papel no espetáculo”, explica Mussi.
Já a criação de vídeo foi realizada por Luciana e pelo grupo 7º Andar (www.andar7.com). Fundado por ela e pelo artista plástico Gabriel Netto em 2008, o 7º andar desenvolve pesquisas estéticas e conceituais com referências nas diversas linguagens: teatro, fotografia, literatura, dança, artes plásticas e cinema; e conta, também, com artistas colaboradores de diversas áreas, que buscam em suas experimentações fundir realidade e ficção, explorando recursos documentais.
No enredo, os mortos de Elsinore convidam o povo a conhecer situações trágicas e cômicas que permeiam uma disputa de poder. O jovem Hamlet, contrata a Cia. Artehúmus de Teatro para encenar o assassinato de seu pai e, quem sabe, descobrir quem realmente o tirou do poder.
”Um tom festivo, irônico e sarcástico em relação ao poder (seus vícios e virtudes; mais vícios que virtudes) norteou a pesquisa feita para “OhAmlet”. Elementos do passado e atuais da nossa história foram inseridos na montagem, porque poder e governos se sucedem copiosamente. E quem diz se a trama se passa aqui ou na Dinamarca é o espectador”, explica o diretor.
A história, já conhecida do grande público, encontra elementos inusitados em cena como o trono de Hamlet, representado por uma cadeira de praia; a posse do rei e da rainha que se transforma em um carnaval; e com Ofélia, já morta, aparecendo em cena com um pote cheio de pipocas de microondas. E, da cena para a trilha sonora, o inusitado permanece com a utilização de músicas de Ray Conniff, Kenny G., Maquillage, entre outros, a fim de remeter aos tempos atuais a história do rei morto por seu irmão, em busca do trono da Dinamarca.
Alexandre Mate, orientador do curso de Difusão Cultural Uma Viagem Teatral por Entre as Tentativas do Ilusionismo, descreve a peça como um trabalho corajoso. “’OhAmlet – do Estado de Homens e de Bichos’, assinada por Evill Rebouças, mas fruto de dramaturgia colaborativa (procedimento adotado pela maioria dos grupos de teatro com propostas significativas na cidade de São Paulo, na atualidade), resulta, e no melhor dos sentidos, naquilo que contemporaneamente, de acordo com certas teorias, se designaria um hipertexto. (...) ‘OhAmlet’ é uma obra premida por grande polissemia, por corajoso trabalho de tessitura cujos fios estão organizados para desacomodar. Não se caracteriza, portanto, em obra para inglês ver.”
“Permanecemos distraídos. Todos. Espectadores e artistas. Porque somos dessa época, onde a ação é retórica e os dizeres são vazios. Mas há aqueles que ainda são capazes de encontrar brechas. Só que para isso é preciso que entremos, e que convites sejam feitos, como em ‘OhAmlet’. A porta está aberta, senhores, é hora de teatro”, comenta Ruy Filho, artista-convidado do curso de Direção da SP Escola de Teatro e crítico do Guia da Semana.
Essa é a décima primeira encenação da Cia. Artehúmus de Teatro, cujo atual trabalho resulta de um ano de investigações realizadas a partir do Projeto OhAmlet – Expedições Poéticas e Públicas, contemplado na 16ª edição da Lei de Fomento para a Cidade de São Paulo.
A Pesquisa e a Proposta de Encenação
Por Evill Rebouças
Ao trabalharmos a partir do mito Hamlet e não exatamente reproduzir o material dramático e épico criados por Shakespeare e Saxo Grammaticus investigamos o caráter mitológico em diálogo com o tempo presente, ensejando uma articulação entre passagens/personagens mitológicas e que, segundo Grotowski, tal especificidade permite a confrontação com o mito, em vez de identificação.
Tratamos então de assuntos contemporâneos, sem levar à cena tipos ou situações fiéis ao tempo atual, desejando que o espectador realize um ajuste entre o fato/mito e o momento presente.
Munidos por esses deslocamentos, nos pautamos em equivalências significantes, investigando paralelismos entre o mito e as situações emblemáticas que fizeram e fazem parte da cena sóciopolítica e cultural brasileira. No entanto, mais do que mostrar essas equivalências, a intenção é provocar uma tensão entre passado histórico e momento presente por meio de elementos semânticos transpostos para a cena – e não exatamente reproduzir fielmente o fato ou situação.
Serviço
“OhAmlet – do Estado de Homens e de Bicho”
Quando: Quintas e sextas-feiras, às 21h. Até 29 de julho
Onde: Sesc Consolação – Espaço Beta
Rua Dr. Vila Nova, 245 – 3º andar – Vila Buarque
Tel.: (11) 3234-3000
Ingressos: R$ 10
SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco
07/07/2011
07/07/2011
Favo do Mellone
http://www.favodomellone.com.br/resenha/o-mito-de-hamlet-recriado-para-os-nossos-dias/#more-1090
Como é bom assistir a um espetáculo em que o entusiasmo e o vigor do grupo de atores e equipe técnica transparecem, envolvendo a todos da platéia! Isso acontece com a encenação da Cia Artehúmus de Teatro (11º trabalho do gru-po), OhAmlet– do Estado de Homens e de Bichos, em que eles mesclam o clássico de Shakespeare, Hamlet, com a fábula Amlet, do historiador medieval dinamarquês Saxo Grammaticus. Com dramaturgia e encenação de Evil Rebouças e atuação e dramaturgia dos oito atores, o espetáculo recria o mito de Shakespeare para os dias atuais, num tom moderno e próximo da realidade brasileira. A peça é apresentada no Espaço Beta do Sesc Consolação até o final desse mês, sempre às quintas e sextas.
A descontração e o envolvimento com o público é desde o início: os atores cumprimentam e convidam a todos a se sentarem; em seguida oferecem pipoca e começam um diálogo, perguntando sobre os presidentes do Brasil, os que morreram e foram substituídos e em que situação essa alternância de poder se concretizou. Claro que é um aquecimento para a história do povo de Elsinore, que conviveu com a morte do rei e seu irmão assumindo o trono em lugar do jovem Hamlet, filho do rei assassinado.
Com uma trilha sonora criada pelo próprio grupo (com canções desde Ray Conniff, Paralamas do Sucesso até Maquillage) e referências da realidade do Brasil contemporâneo, a história de Shakespeare é retomada em cena. “Ao trabalharmos a partir do mito Hamlet, investigamos o caráter mitológico em diálogo com o tempo presente. Desejamos que o espectador realize um ajuste entre o fato/mito e o momento presente”, explica Evil Rebouças.
Com ironia e deboche o enredo de Shakespeare é apresentado, só que de maneira jocosa: o trono do rei é uma cadeira de praia, a festividade de coroação dos reis é um carnaval e a briga de Hamlet e a mãe é simbolizada com uma língua de vaca.
No programa da peça, o grupo afirma que não reproduzem “o material dramático e épico criados por Shakespeare e Grammaticus”, mas trabalham a partir do mito Hamlet. Senti por isso que o espectador se envolve com a proposta lúdica da montagem, mas faltam referências ao público da trama da obra clássica. O grande destaque da montagem fica mesmo para a criatividade da Cia Artehúmus — os oito atores são os responsáveis pela dramaturgia, além de criarem figurino, adereços, trilha sonora e iluminação. Se na criação técnica do espetáculo eles arrasam, em cena eles não deixam por menos. A interpretação é visceral e o espectador se encanta com a rotatividade deles na pele dos personagens; alguns deles se revezam, uma hora é o rei, em outra a vítima. Daneil Ortega vive Hamlet quase o tempo todo, no entanto, sua interpretação de Oféilia é o ponto alto do espetáculo. O extenso figurino também merece ser ressaltado: são mais de 100 peças de roupas, a maioria delas recebeu tratamento para envelhecer.
Com uma trilha sonora criada pelo próprio grupo (com canções desde Ray Conniff, Paralamas do Sucesso até Maquillage) e referências da realidade do Brasil contemporâneo, a história de Shakespeare é retomada em cena. “Ao trabalharmos a partir do mito Hamlet, investigamos o caráter mitológico em diálogo com o tempo presente. Desejamos que o espectador realize um ajuste entre o fato/mito e o momento presente”, explica Evil Rebouças.
Com ironia e deboche o enredo de Shakespeare é apresentado, só que de maneira jocosa: o trono do rei é uma cadeira de praia, a festividade de coroação dos reis é um carnaval e a briga de Hamlet e a mãe é simbolizada com uma língua de vaca.
No programa da peça, o grupo afirma que não reproduzem “o material dramático e épico criados por Shakespeare e Grammaticus”, mas trabalham a partir do mito Hamlet. Senti por isso que o espectador se envolve com a proposta lúdica da montagem, mas faltam referências ao público da trama da obra clássica. O grande destaque da montagem fica mesmo para a criatividade da Cia Artehúmus — os oito atores são os responsáveis pela dramaturgia, além de criarem figurino, adereços, trilha sonora e iluminação. Se na criação técnica do espetáculo eles arrasam, em cena eles não deixam por menos. A interpretação é visceral e o espectador se encanta com a rotatividade deles na pele dos personagens; alguns deles se revezam, uma hora é o rei, em outra a vítima. Daneil Ortega vive Hamlet quase o tempo todo, no entanto, sua interpretação de Oféilia é o ponto alto do espetáculo. O extenso figurino também merece ser ressaltado: são mais de 100 peças de roupas, a maioria delas recebeu tratamento para envelhecer.
Foto: Margarida Pires
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